Gueller Neto me mandou essas fotos com o seguinte texto: "
"Prezados Alfeo, Zé Roberto e Antonio Carlos, seguem estas fotos da queda de um aterro.
Foi este meu tio que está ao teodolito quem as tirou e que também trabalhou arduamente na reconstrução do local. Infelizmente não há registro de data ou lugar, mas vale a pena ver os aparatos incríveis para a recuperação do estrago. Abraços. Valentim."
O Valentim me contou que o Tio Lazinho, tinha trinta e poucos anos quando fez esta série de fotos, e que ele nasceu em 14 de setembro 1914, portanto esses trilhos ficaram suspensos provavelmente entre 1944 e 1950.
Por estar com um teodolito, eu logo pensei que ele fosse engenheiro agrimensor ou topógrafo, mas ao lado da ultima foto você vai ver que a escolaridade dele foi bem diferente!
E os trilhos ficaram suspensos!
Quando as recebi estas fotos, enviei para alguns Férreo Amigos na tentativa de ter alguma notícia da data e local, e chegaram alguns respostas:
e "Caros, pelo modelo da locomotiva provavelmente era a região de Marília para cima...não é muita coisa, mas... "
O Flavio R Cavalcanti comentou:"Talvez fosse mais prático consultar o remetente inicial, pois a família dele deve saber os trechos onde o tio trabalhou, e se havia afastamentos demorados de casa (maior distância). Interessante que os engenheiros inicialmente não dispunham de estatísticas pluviométricas do interior. Nem dos efeitos do rápido desmatamento sobre as regiões cafeeiras."
O Wanderley Duck respondeu: "Boa tarde, Alfeo, o que é visível nessas fotos é que se trata do ramal de bitola estreita da Paulista, só que ele era muito longo, porque ia de Itarapina até o Rio Paraná, fica muito difícil chutar se era próximo a Marilia, ou não.
E o Geraldo Godoy manifestou-se assim: "Amigo Alfeo. Eu não tenho a menor idéia de onde se deu o fato, mas aproveitei o tempo e dei uma melhorada nas fotos para o caso de você vir a publicá-las. Um abraço."
O Flavio R Cavalcanti comentou:"Talvez fosse mais prático consultar o remetente inicial, pois a família dele deve saber os trechos onde o tio trabalhou, e se havia afastamentos demorados de casa (maior distância). Interessante que os engenheiros inicialmente não dispunham de estatísticas pluviométricas do interior. Nem dos efeitos do rápido desmatamento sobre as regiões cafeeiras."
O Wanderley Duck respondeu: "Boa tarde, Alfeo, o que é visível nessas fotos é que se trata do ramal de bitola estreita da Paulista, só que ele era muito longo, porque ia de Itarapina até o Rio Paraná, fica muito difícil chutar se era próximo a Marilia, ou não.
E o Geraldo Godoy manifestou-se assim: "Amigo Alfeo. Eu não tenho a menor idéia de onde se deu o fato, mas aproveitei o tempo e dei uma melhorada nas fotos para o caso de você vir a publicá-las. Um abraço."
Com o tratamento digital que o Geraldo Godoy da Regional da ABPF de Araraquara fez nas fotos, elas ficaram ótimas! Confira ao lado:
A tecnologia agora permite isso, mas é muito importante também valorizar os originais que envelheceram com passar dos anos e fazem parte da História. Assim nesta Estação, estará sempre à esquerda as fotos originais do Tio Lazinho, e logo a seguir à direita, a mesma foto com o tratamento digital do Godoy.
Neste recorte da foto anterior, é possível ver o detalhe de uma pessoa sobre a cabeceira da pequena ponte que não suportou o volume
d´agua e tombou sobre o leito do riacho.
d´agua e tombou sobre o leito do riacho.
Não se ve tratores, retro-escavadeiras, compctadores de solo; nos dias de hoje, chegariam até por helicópteros.
A madeira foi a responsável por toda sustentação de um trecho alternativo, não havia os andaimes metálicos e os macacos hidráulicos para suportar a reconstrução da ferrovia.
O alojamento dos trabalhadores, não foram carros de passageiros ou de turma, foram barracas enfileiradas.
As vigas de madeira foram ocupando o vazio deixado pelo aterro, e os trilhos reassentados.
A ferrovia precisava voltar a funcionar...
Para dar vazão às águas do riacho, uma estrututura muito mais resistente começou a ser construída.
Todo o trabalho foi manual, e transportado nos ombros e carriolas.
Os dormentes foram implantados um a um e o trecho alternativo da ferrovia foi ganhando forma.
As vigas de madeira passaram a ser o suporte dos trilhos.
O Tio Lazinho com seu teodolito, era quem dava as coordenadas para que os assentamentos dos trilhos ficassem perfeitos.
Obra de recuperação concluída!
E o Valentim complementou:
Onde foi, quando?
Se você souber algo sobre esse acidente ferroviário, comente aí abaixo, ok?
Et: A Sra. Iracema Araújo Guerller é irmã do Tio Lazinho e mãe do Valentim. Hoje ela está com 93 anos e foi uma das melhores telegrafistas da Companhia Paulista de Estradas de Ferro, mas isso é assunto para uma outra Estação...
Créditos:
Fotos originais: Tio Lazinho - Lázaro de Araújo Machado - Acervo Valentim Gueller Neto
Fotos com tratamento digital: Geraldo Godoy - ABPF - Araraquara
Agradecimentos:
Alberto Henrique Del Bianco
Flavio R. Cavalcanti
Geraldo Godoy
Wanderley Duck
Mauricio Torres
Colaboraram:
Daniel e Maria Nazareth Gobato Röhm
Valentim Gueller Neto
Obrigado por sua agradável companhia, nos encontraremos certamente na Estação 23.
Abraços, Alfeo.