A primeira moagem da Usina Tamoyo que encontrei registro, foi a de 1920, naquele ano, TAMOYO era com "Y". Entre os anos 20 e 50, cresceu muito e tornou-se a maior potência sucroalcooleira da América do Sul.
Foto 01
Abaixo, um extrato das produções
anuais de 1920 a 1943. - Foto 02
Fazia parte da Refinadora Paulista S.A. Foto 03
Foto 04
Em 1947, surge a revista UMUARAMA, e foi através de algumas delas que consegui resgatar um pouco da história da Ferrovia da Usina Tamoyo. Essas revistas hoje são raras e estão sob a guarda de ex-funcionários daquela Usina ou Antiquários. Consegui ter contato com alguns exemplares por meio do Irivaldo Antonio Gobato, que na época, era Secretário e Repórter da UMUARAMA.
A revista número 01, foi editada em 1º de agosto de 1947, e na capa lê-se: "BOLETIM MENSAL DA IGREJA DE SÃO PEDRO." Mas as notícias não são somente religiosas, e sim também dos acontecimentos sociais, esportivos e industriais da Usina. Foto 05
NACIONALIZAÇÃO: Nesta mesma revista, aparece a notícia do batismo de uma
Foto 06
Os exemplares de 02 a 34, eu não tive acesso e na Nº 35-36 de 1950, a revista já estava sendo uma publicação dos empregados e associações da Usina Tamoyo. Foto 07
Em Junho de 1951, deu-se a inauguração solene de uma nova
moenda, e a benção de 12 novas locomotivas a vapor. Foto 08
Solenidade do batizado das 12 novas locomotivas. Foto 09
PESQUISA, DESENVOLVIMENTO E INOVAÇÃO: Em janeiro de 1955, o
carregamento da cana nos vagões, deixou de se manual. Foto 10
carregamento da cana nos vagões, deixou de se manual. Foto 10
A Ferrovia da Usina Tamoyo foi construída
exclusivamente para o transporte de carga: Cana de açúcar para
moagem na Usina, e de açúcar e álcool da Usina para a Estação
Tamoyo da Companhia Paulista.
PATRIMÔNIO FERROVIÁRIO EM 1956:
Foto 11
moagem na Usina, e de açúcar e álcool da Usina para a Estação
Tamoyo da Companhia Paulista.
PATRIMÔNIO FERROVIÁRIO EM 1956:
Foto 11
100 quilômetros de linhas, e entre eles o ramal Usina Tamoyo - Guarapiranga. Hoje, para fazer a ligação rodoviária entre Araraquara - Usina Tamoyo e Guarapiranga, existe uma estrada vicinal municipal bem retificada, de uns 30 Km, que provavelmente, aproveitou parte do leito ferroviário. Mas, aquela linha ferroviária fazia muitas curvas para o trem poder atender os vários pontos de coleta da cana através de carregadeiras, e com isso tinha um percurso bem maior que 30Km. Os carregamentos de cana eram realizados em várias Seções Agrícolas, que pertenciam à Usina, e Guarapiranga, que era única fora dos limites da Tamoyo. Foto12
Recorte do mapa do município de São Carlos da década de 1950,
que mostra a extensão da ferrovia entre a Estação Tamoyo da Companhia
Paulista de Estradas de Ferro e a margem do rio Jacaré Grande.
"TRAMWAY DA COMPANHIA UNIÃO AGRÍCOLA MORGANTE"
Clique sobre as fotos que ampliam. Foto 12-1
Clique sobre as fotos que ampliam. Foto 12-1
Empedramento do trecho "Usina - Mariano", 1956. Conversando com o Irivaldo Gobato, ele me contou que Mariano era um brequista de vagões, que sofreu uma queda de cima de um deles e veio a falecer. O local então, ganhou o nome dele. Na época, os freios dos vagões eram mecânicos, e acionados por um
volante que ficava na parte superior de uma das cabeceiras do vagão. "Mariano", era próximo da Usina, e na foto, ao fundo, é possível ver as cinco chaminés da mesma., hoje existe apenas um. Foto 13
Em agosto de 1956, a diretoria da Usina Tamoyo assumiu o compromisso com os fazendeiros do Distrito de Guarapiranga - SP, de construir um ramal ferroviário, para o início de 1959, para o transporte da cana de açúcar que era cultivado por eles. Fotos 14 e 15
AJG: Antonio José Galdino, mais conhecido por Tonico Galdino,
Jornalista do "Correio D'Oeste" de Ribeirão Bonito por mais de 70 anos.
Faleceu em 30 de janeiro de 2012, com 103 anos, ainda lúcido e escrevendo.
A tradição era inaugurar e finalizar as safras com grandes festas. O início da safra de 1958 não foi diferente, na foto aparece a benção de uma locomotiva. Foto 16
Mantendo a marca original, nos produtos, TAMOYO era com ""Y". No destaque, o saco de açúcar nº 800.000, em comemoração ao final da safra de 1958. Foto 17
Em fevereiro de 1959, o anúncio da safra, Foto 18
e as notícias da construção da ferrovia
Usina Tamoyo - Guarapiranga . Fostos 19 e 20
Usina Tamoyo - Guarapiranga . Fostos 19 e 20
E em agosto de 1959, a divulgação
do ramal recém-construído. Foto 21
O maior desafio foi transpor o Rio Jacaré Guaçu. Foto 22
Mas o rio foi vencido, e a ponte construída. Foto 23
A ponte passou no teste. Foto 24
E a ponte concluída. Foto 25
Em meados dos anos 60, a Usina Tamoyo foi vendida, e hoje de todo o conjunto original que formava uma verdadeira cidade, resta muito pouco. Tanto aquela Comunidade como a ferrovia, são apenas fotografias e lembranças daqueles que lá moravam e trabalhavam.
O que sobrou da ferrovia? Além das muitas histórias, lembranças, saudades e fotografias; duas locomotivas:
Uma em uma praça em Guarulhos - SP. VEJA AQUI
E outra, no Parque Pampas Safari, Gravatai - RS. CLIQUE AQUI
VEJA MAIS:
Créditos:
Fotos das Revistas UMUARAMA:
01 e 03: Nº 85 - Dezembro, 1957
04: Nº 70 - Agosto, 1956
05 e 06: Nº 01 - Agosto, 1947
07: Nº 35-36 - Junho e Julho, 1950
08 e 09: Nº 40 - Novembro, 1954
10: Nº 50-51 - Dezembro, 1954 - Janeiro, 1955
11 e 13: Nº 67 - Maio, 1956
14 e 15: Nº 85 - Agosto, 1956
16: Nº 89 - Maio, 1958
17, 18, 19 e 20: Nº 92-95 - Novembro, 1958 a Fevereiro, 1959
21, 22, 23, 24 e 25: Nº 100-101 - julho e Agosto, 1959
Fotos:
02: - Livro Oficina Dedini - Tamoio - Mario Dedini -pg 44-S/D
12 - Google Maps
12-1 - Acervo Valentim Gueller Neto
Sites:
Revista Ferroviária
ESTAÇÕES FERROVIÁRIAS do Brasil
Câmara Municipal de Araraquara - SP
Colaboraram:
Daniel, Maria Nazareth e Lika Röhm
Luciana Conceição Ippolito Giordano
Participação especial:
Irivaldo Antonio Gobato
Agradecimentos:
Equipe "Aquarela Cópias e Papelaria" - Av. São Carlos, 3361 - São Carlos,
Nelcimar Aparecido Pereira, o "Tuta", Aline, Daiane,Janaina, Jéssica e Lucilene.
Irivaldo Antonio Gobato
Obrigado por sua agradável companhia, nos encontraremos certamente na Estação 37.
Abraços, Alfeo.
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