Nos finais dos anos 1950 e 1960, íamos passar as festas natalinas em Ribeirão Pires - SP. A ida era de trem, cheia de emoções pela CPEF - Companhia Paulista de Estradas de Ferro e a EFSJ - Estrada de Ferro Santos - Jundiaí e a chegada uma festa com o reencontro com a vó Margarida, os tios Hugo e Nena, Valter e Mafalda, Valim e Guiomar, Nilton e Filhinha e Nelson e Margarida e, respectivamente os primos Nancy e José Carlos, Ilza e Valtinho, Hydeli e Marcia, Ivana e Cleidinha, Elaine e Adriana. Com meus pais, Alfeo e Anita e os dois filhos, Sergio e eu, eram 6 irmãos Röhm, 6 cunhadas, 4 primos e 8 primas. Valim era o apelido, o nome dele era Durval, mas ninguém o conhecia pelo nome, Nena era como todos a chamavam, o nome dela era Eliza, Filhinha é o apelido e o nome dela é Maria Apparecida, mas até ela se identifica pelo apelido e José Carlos é o nome, mas na família ele é carinhosamente chamado de Nego. Foto 01
O primeiro reencontro era com a vó Margarida Boaretto Röhm, no pavimento superior do sobrado, na Rua Jorge Tibiriçá, Nº 16, hoje Nº 184, SOLAR DOS RÖHM, ele continua lá e tem muitas histórias pra contar! No almoço do Natal, o prato mais esperado era a leitoa à pururuca preparada pela matriarca . Depois, a semana era para os tios, tias, primos e primas. Em um dos dias da semana, chegava de São Paulo a tia Joana, irmã do falecido vô Gustavo Röhm. Ela era geniosa, austera e exigente, mas nos cobria de presentes, nos dava muitos conselhos e queria que os 12 sobrinhos-netos estudassem. Foto 02
Além do reencontro familiar, para meu irmão e eu que eramos crianças, também o mais esperado era rever a fábrica de adornos natalinos que ficava no pavimento térreo do sobrado e que era dos nosso tios Ugo e Valim. Foto 03
Em um segundo ambiente, dentro delas era colocado nitrato de prata para fazer o espelhamento interno. Depois iam para uma máquina que, com três berços sobrepostos faziam o agitamento do líquido para formar uma espelhação uniforme. Esse agitador era extremamente ruidoso! Foto 12
Depois de espelhadas internamente, em um terceiro local, os enfeites ganhavam uma cobertura externa com verniz com corantes e de prata espelhados, passavam para amarelos, vermelhos, azuis, dourados, verdes... Foto 13
Espelhados e envernizados, iam para as salas de pinturas, onde moças faziam decorações incríveis! Foto 14
Os pequenos pincéis davam os retoques e em cada adorno ia sendo construído uma obra de arte para fazer a alegria do Natal. Foto 18
Depois de prontos, ganhavam o protetor metálico
com o anel para ser pendurado na arvore.
Foto 19
Peões, botas..., Foto 29
sinos, lamparinas, ... Foto 30
efeitos especiais nas bolas, com o vidro repuxado. Fotos 31, 32 e 33
Pinhas e laranjas. Foto 34
Cogumelos, casinhas, tambores, cachos de uvas, Foto 35
a ponteira. Foto 39
Os festões tinham como suporte barbantes verdes torcidos que prendiam as fitas de raspa de madeira Pita, tingidas de verde. Foto 40
E as guirlandas para as portas de entrada, tinham uma armação de arame torcido que sustentavam as fitas de Pita. Foto 41
As árvores de Natal tinham uma estrutura central de madeira e os galhos
eram com arames torcidos e fitas de Pita, e com a ponteira, quase que
batia no teto. A decoração natalina mais linda ficava pronta para a
chegada do Papai Noel e a comemoração do aniversário de Jesus. Foto 42
A produção de adornos natalinos era anual, começava entre entre janeiro e
fevereiro, para que os pedidos fossem entregues entre outubro e novembro.
Nos anos 70, o progresso chegou e os adornos natalinos passaram a ser fabricados de plástico, através de injetoras automáticas e toda aquela beleza artesanal cessou. Aqueles moços e moças que nos anos 1950 e 1960, tinham, no máximo 18 anos, hoje estão entre 70 e 80 anos e têm muitas histórias pra contar. Fica aqui o espaço para eles e elas darem a continuidade nesta história.
A semana passava rápido. E, depois de matar as saudades da vó
Margarida, dos tios, tias, primos e primas e de ter visitado por
mais uma vez a ADORNOS ROTIZ, voltávamos para São Carlos.
A emoção continuava, a volta era no trem de luxo da Companhia
Paulista de Estradas de Ferro, o "Trem R". Foto 48
CRÉDITOS:
FOTOS:
01: MAPAS. CULTURA.GOV.BR - Prefeitura Municipal da Estância Turística
de Ribeirão Pires - Expresso Studio - Sergio Luiz Jorge.
02: Alfeo Cyro Röhm
03: José Alfeo Röhm
04, 13,19,25,26, 28, 29, 30, 31, 32,33, 34 e 39: Facebook ,
Caçadores de Relíquias - Nilton Luz Netto
06, 07, 08, 11, 12, 14, 15, 16, 17, 18, 20, 21, 22, 23 e 24:
UOL NOTÍCIAS- - Kacper Pempel / Reuters
09 e 10: MERCADO LIVRE
27, 35, 36 e 37: Facebook , Caçadores de Relíquias - José Henrique Popp
38: DREAMSTIME
40: ELO 7
41: ARMARINHOMARINHO - https://www.armarinhomarinho.com.br/enfeites-de-natal/1731-guirlanda-festao-verde-25cm-magizi-7899655001912.html
42: CASA & FESTA
43: STRAVAGANZA - Leopoldo Costa - ELETRO-RADIOBRAZ
44: LOGOPEDIA - LOJAS AMERICANAS
45: MAPPIN
46: LOGOPEDIA - MESBLA
47: LOGOPEDIA - SEARS
48: MESTRE FERROVIÁRIO - Matheus Peixoto
PARTICIPARAM:
Maria Nazareth, Daniel e Lika Röhm
Ivana Maria Röhm Bernardes da Silva
Nancy Röhm Faustino
Sandra Röhm Faustino Chiedd
Obrigado por sua agradável companhia, nos encontraremos certamente na Estação 108.
Abraços, Alfeo.
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14 comentários :
Da Sandra Röhm Faustino Chiedd pelo WhatsApp: Olá Alfeo, Abri agora,ficou o máximo!!!! Minha avó contava esta estória de quando vocês vinham passar o Natal aqui, revivi emocionada a lembrança de meu avô contando como se faziam as bolinhas... E as bolinhas então eu adorava quando chegava o fim de ano e minha mãe montava a árvore com as bolinhas que meu avô guardava com todo cuidado. Muito emocionante!! Imagino para vocês esse passeio devia representar muito. Obrigada por essas lembranças vou guardar com muito carinho.
Alfeo, ficou muito bom! Os detalhes deixam o texto muito interessante. Lembrei também das bolas de Natal com nossos nomes, pena que não resistiram e se quebraram. Muito gostoso recordar!!!!
ivanarohm@yahoo.com.br
Quantas lembranças boas da família! Obrigada por nos proporcionar tanta emoção! Adorei as fotos. Tínhamos quase todos os modelos de bolinhas, mas uma pena que não sobrou nenhuma! A fábrica de bolinhas é famosa até hoje! E quantas coisas lindas eles fabricavam...
Alfeo
Muito legal. Trouxe me lembranças incríveis
Feliz Natal
Linda matéria. É gostoso rever o passado mesmo que ele não tenha sido o seu. Quanto a fabricação de bolas de natal, aqui em São Paulo tinhamos o sr Damião, artífice de primeira que alem de bolas fabricava também miniaturas de animais com vidro.
Valter Campos Röhm Filho escreveu pelo WhatsApp: "Muito legal!
Os comentários que fiz ontem não estão aparecendo.
Além de parabenizá-lo, lembrei quando entrei na fábrica, era um lugar mágico... lembrei do aroma da fábrica....prevalecia o aroma do verniz... quando percebo aromas semelhantes, minha memória volta na fábrica! Fantástico!"
Hidely Rohm escreveu através do Facebook: "Ah! Uma viagem no tempo! Que saudades! Que delícia! Que alegria ter vivido isso! Obrigada Zé Alfeo por resgatar tempos maravilhosos!"
Ivana Rohm escreveu através do Facebook: "Muitas recordações especiais!"
Sandra R. Faustino Chiedde escreveu através do Facebook: "Lindas recordações!!
Elaine Itaborahy escreveu no Facebook:
"Marília Itaborahy Bayer , Mariana Rohm Itaborahy , Marco Antonio Itaborahy Filho , olha a história que lindo... sempre falei para vocês da fábrica de bolinha."
Olá Alfeo,
Belas recordações da infância.
Não tinha ideia de como eram feitas as bolas e enfeites. Me recordei da árvore que tínhamos nos anos 60.
Parabéns por mais esta bela aventura.
Abraço.
Antonio Carlos
Ilza Röhm escreveu no WhatsApp: "Primo querido, está perfeito!!!"
Parabéns por compartilhar essas belas lembranças!!!!!
Sensacional e maravilhoso Röhm!
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