Esta postagem começou quando vi essa foto da Nayara Godoy Grande. Me chamou muito a atenção os vagonetes junto ao jardim da Estação Damha Mall em São Carlos-SP. Talvez uma lembrança de infância, de quando eu ia com meu pai dar manutenção na geladeira da residência do Dr. Mário Pereira Lopes, ainda quando aquele local era "Fazenda do Urso", anos de 1950 e 1960. Foto 01 Clique sobre as fotos que ampliam.

No dia 28 de outubro, meu filho Daniel e eu, fomos lá à tardinha para conferir e fotografar. São 6 vagonetes espaçados em aproximadamente 20 metros de trilhos de uma ferrovia agrícola.
Foto 02

São de bitola estreita, 50cm.
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O primeiro vagonete é original e francês. Provavelmente, foi adquirido em uma importadora no Brasil, ou importado.
Foto 04

Nele, todos os detalhes da fabricação estão presentes, a placa da marca;
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as inscrições nos mancais dos rodeiros;
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as gravações nas rodas;
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e as medidas das mesmas;
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Os detalhes construtivos também estão preservados. A montagem é toda com rebites. Destaque para os eixos laterais que permitem bascular a caçamba e
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a alavanca de freio sob a mesma.
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Os demais 5 vagotenes são réplicas e provavelmente, foram reproduzidos na
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Companhia Brasileira de Tratores, que também era de propriedade do Dr.Mário Pereira Lopes.
Foto 12

Na época, a Fazenda do Urso era modelo para a América do Sul, suas ruas eram asfaltadas e a iluminação das mesmas já era com lâmpadas de vapor de mercúrio. Havia um biodigestor para gerar energia elétrica para abastecer a iluminação das ruas. Em outubro de 1995, foi adquirida pelo Grupo Damha e além da implantação dos residenciais de alto padrão, também existe a preocupação com a preservação do patrimônio histórico.
Foto 13

A ferrovia que hoje enfeita o jardim da Estação Damha Mall, é item de um museu do transporte ao ar livre, "autdoor museum", era utilizada para o transporte de alimentos para o gado.
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Os vagonetes operavam entre um grande silo
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e a ordenha, onde hoje é o Damha Centro Hípico.
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Na foto, à direita, o silo e, em primeiro plano, as baias do Centro Hípico, onde funcionava a ordenha. Provavelmente, os vagonetes eram carregados e tracionados por um trator CBT. A ferrovia devia ter uns 500 metros de extensão, percurso em amarelo.
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Nesse mesmo museu também está o bonde "3" da linha "1", que transportou os são-carlenses entre 1914 e 1962.
Foto 18

Inicialmente, em 2006, ele foi instalado próximo do Centro Hípico e agora compõe a paisagem e o acervo próximo dos vagonetes.
Foto 19

Eu já escrevi sobre esse bonde na postagem 19 e você poderá conferir mais abaixo.
Foto 20

Com o pôr- do- sol o Daniel aproveitou e fez algumas fotos das silhuetas dos vagonetes.
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E o vento não deu trégua, as folhas das palmeiras, pareciam que iam ser arrancadas ...
Foto 22

Para quem gosta de fotografar, é só visitar o local e esperar o pôr-do-sol ...
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Após o pôr-do-sol, adentramos no espaço das lojas e foi uma grande surpresa! Pudemos verificar que o museu também está naquele ambiente. No hall de entrada estão grandes máquinas de benefíciamento de café que foram da Fazenda São Roberto. Essa fazenda do município de São Carlos, foi uma das maiores produtoras, na época áurea do café.
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Aqui, o destaque da placa do separador - catador.
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São máquinas todas fabricadas em madeira que foram restauradas e formam um embrião de um museu do café.
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Na placas lê-se:
" INDÚSTRIA PREMIADO EM DEZEMBRO DE 1885
NACIONAL"
"M C HARDY
INVENTOR & FABRICANTE
CAMPINAS
ESTADO DE SÃO PAULO"
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Diferente das outras duas, esta é de menor altura e ocupa o espaço horizontal.
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O detalhe da marca do fabricante do descascador de café.
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Retornamos para o jardim que já estava iluminado,
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contrastando com o céu muito azul.
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A sensação era de um pátio ferroviário com a estação ao fundo.
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A ferrovia ladeada pelas luminárias, ........
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Nesta panorâmica, toda a ferrovia. Foto 34

Além das lindas lojas, um museu; com as histórias tecnológicas da Fazenda São Roberto, da Fazenda do Urso e do transporte coletivo de São Carlos. Que acervo! Estando em São Carlos, ou de passagem, não deixe de conferir. Rodovia Engenheiro Thales de Lorena Peixoto Júnior, (São Carlos - Ribeirão Preto) - SP 318, Km 234.
Foto 35

E finalmente, a saída.
Foto 36
VEJA MAIS:
CRÉDITOS:
FOTOS:
01: Nayara Grande
02, 04, 05, 09, 10, 13, 14, 15
16, 25, 28, 29 30, 31, 32 e 35 e 36 José Alfeo Röhm
03, 06, 07, 08, 12, 18, 19, 20
21, 22, 23, 24, 26, 27, 33 e 34: Daniel Gobato Röhm
COLABORARAM:
Daniele Globo - Comunicação - Grupo Damha - São Paulo
Naná Prado - Comunicação - Instituto Inova - São carlos
PARTICIPARAM:
Maria Nazareth, Daniel e Lika Röhm
PARTICIPAÇÃO ESPECIAL:
Marco Antonio Fernandes - "Marcão" - Grupo Damha - São Carlos
Obrigado por sua agradável companhia, nos encontraremos certamente na Estação 58.
Abraços, Alfeo.
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5 comentários :
Matéria rica em detalhes escritos e visuais. Ajudam a retratar e guardar um pedaço da história de nossa querida cidade. Parabéns!!
gostei , interessante , quando morei ai na região de São Carlos , ainda criança lembro -me do trem maria fumaça que saia de São Carlos e ia até Santa Eudóxia , também lembro do trem que fazia a linha São Carlos até Ribeirão Bonito , conheci naquela época a Fazenda Monjolinho e a estação do mesmo nome , era década de 60 , tenho lembrança de quando começarão a desativar o ramal de Santa Eudóxia , também lembro da fábrica de tratores CBT , já na década de 90 percorri a região para relembrar o passado , mudou muito .... mas deu pra matar a a saudade , parabéns !!!!!! , bem no meu tempo de criança São Carlos era conhecida como , cidade sorriso , minha querida São Carlos do Pinhal....
Alfeo,
Mais uma vez o fantástico trabalho de resgate da histório de São Carlos.
Estamos aguardando a próxima viagem.
Parábens.
Antonio Carlos
Parabéns pelo lindo trabalho. Morei na Fazenda do Urso por 25 anos. Conheci cada detalhe deste lugar e não me esqueço jamais. Sai da fazenda há quase 20 anos, mas meu coração ainda permanece lá. Meu nome é Luiz Alberto, apelido Tôco, neto do Mario Pereira Lopes e filho de Wania Pereira Lopes.Os postinhos em preto da Estação poderiam ser da antiga escolinha pra filhos dos funcionários que ficava em frente a casa de meus avós ou mesmo da casa deles, que aliás eram iguais aos da minha (casa estilo colonial que fica adjacente ao Damha 1). O biodigestor mencionado ficava no estábulo ao lado de onde era feito as ordenhas (hoje as baias da hipica) e gerava eletricidade para o estábulo também. Os vagonetes mencionados eram usados para alimentação do gado. Só não me recordo o trajeto deles. A fazenda era toda asfaltada. As casas dos funcionários eram muito bem construidas, tanto que até hoje estão funcionando, e foram construidas outras iguaizinhas pelo pessoal do Damha. Mas é isso ai...se eu continuar a escrever não paro mais...
Uau! parabéns!
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