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  • 1 Faculdade Dom Pedro II - São Carlos-SP (1928-2009)
    Acervo Valentim Gueller Neto
  • 2 Bonde da Carne São Carlos–SP (1912-1962)
    Acervo Raymond DeGroot
  • 3 Estação Ferroviária de São Carlos-SP (1925)
    Acervo Valentim Gueller Neto

Estação 59 - Restauração Da Locomotiva Baldwin - 821

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Em 25 de junho de 2012   quando a locomotiva 821, que foi da Companhia Paulista de Estradas de Ferro chegou ao pátio ferroviário de São Carlos, estava com a pintura degradada e toda pichada. Foto 01              CLIQUE SOBRE AS FOTOS QUE AMPLIAM



Em 28 de junho a locomotiva foi colocada na plataforma e,  na semana seguinte, já houve o cuidado das remoções das pichações.  Mas, a ideia da diretoria da Fundação Pró-Memória era de recuperar a pintura da locomotiva na sua originalidade. Foto 02 


Na sequência, ela foi recolocada sobre os mesmos trilhos que esteve apoiada por 41 anos, na Praça Brasil, na Vila Nery.    Foto 03-                                                                                                                                                                                                                              
                                  

As dificuldades de encontrar as cores originais na locomotiva foram grandes, pois  em setembro de 1971, quando  ela chegou na Praça Brasil, provavelmente já estava  com a cor desgastada, por muitos anos de trabalho. Foto 04 


 Em novembro de 1976, ela estava praticamente com as mesmas  cores de quando chegou naquela praça, embora tenha sofrido a ação do tempo, pois não havia cobertura, apenas o alambrado que foi duplicado na altura. Foto 05 


Se passaram mais 12 anos e  em outubro de 1988, era cinza queimado pela ação do tempo, só se destacavam os dourados. - Foto 06 


No início dos anos 90, ganhou cobertura e a locomotiva foi pintada de azul e dourado.  Foto 07 


Em agosto de 2010, a locomotiva já estava com as mesmas cores de quando chegou na Praça Brasil em 1971, estavam preservados apenas os detalhes em dourado. Foto 08



 E em 25 de junho de 2012, depois de 41anos,  quando foi transferida para a Estação Ferroviária,  o corpo da locomotiva já estava sem cor definida.  Foto 09                                                                                                                                       Como os valores para a restauração da pintura da locomotiva   eram altos, a Fundação Pró-Memória fez algumas parcerias, a primeira delas com a ABPF - Associação Brasileira de Preservação Ferroviária com o objetivo de identificar as cores originais da locomotiva.  
                                                       E no início de 2013, uma Equipe da   
          
integrada por: 
Alberto Henrique Del Bianco ,  Geraldo Godoy, 
Helia Maria Monzoni Prestes e Vanderlei Antônio Zago,
  apresentou um manual com as cores originais da  locomotiva 
para a diretoria da    Pró-Memória - Foto 10

Na continuidade,  com as cores da locomotiva definidas, a Pró-Memoria firmou mais duas parcerias;
                        uma                                                                                         e outra com a      Foto 12



               com a         Foto 11                                         
A ENGEMASA doou serviços de metalurgia, mais conhecidos por caldeiraria, O mais difícil e mais pesado foi a substituição do piso do tender, pois em 2010,  já estava muito degradado e em 2013, praticamente não existia.  Foi necessário retirar o tanque de água com um MUNK para a execução do trabalho. Assim, a recuperação da locomotiva não foi somente estética, foi também estrutural. Além do trabalho de caldeiraria, houve também cuidados com  as "obras de arte" em bronze e cobre. Como o sino, os registros,  conexões do comando da caldeira e as placas laterais e frontal . Foto 13 


Depois que a  ENGEMASA concluiu os trabalhos de base, uma Equipe de voluntários da  ASCFER iniciou os trabalhos de restauro da pintura da BALDWIN, em 31 agosto de 2013, e tudo começou com uma grande faxina. Foto 14 


Depois, as raspagens e lixamentos.- Foto 15 


Chegou a etapa de aplicar o fundo para a pintura - Foto 16


e em 14 de outubro de 2013, a locomotiva já estava toda  com o fundo claro.  Foto 17  


E iniciou-se a pintura. E para chegar no tom de verde desejado, foram vários testes. Como as tintas da época  não são mais fabricadas, uma empresa de tintas enviou um técnico para fazer as misturas até chegar na cor original. Foto 18 


A cada etapa, os componentes que já haviam sido pintados, foram cobertos com jornal para evitar respingos de tinta. Foto 19 


Além da pintura do tender e da locomotiva, os detalhes foram muito bem cuidados.
As placas que estavam pintadas de dourado e envelhecidas pelo tempo e algumas
quase ilegíveis,  Fotos 20 e 21 


                                                                                                                                                                                                                                                              
  Foram polidas e pintadas nas cor original.   - Fotos 22 e 23                                                                                                                                                     


Em novembro de 1976, a placa  de bronze da fábrica BALDWIN que ficava na tampa frontal da caldeira, já não estava lá.  Foto 24                                                                       


Foi feito um molde e a placa frontal e as duas laterais que haviam sido roubadas foram fundidas e recolocadas na BALDWIN. Foto 25 


Em 2010, o compressor estava como toda a locomotiva, sem cor definida. Foto 26 


Agora se destaca pelo corpo dourado.  Foto 27


O sino de bronze, já havia perdido a cor e o brilho, .... Foto 28 


O sino foi jateado com areia e polido,  voltou a ser nobre.  Foto 29  


O farol estava sem a lâmpada e a lente, e a lanterna lateral estava sem os vidros com identidade da locomotiva, "821"   Foto 30 


 aí está ele restaurado.  Foto 31 


A torneira do tender estava assim, toda oxidada. Foto 32 


 Depois de polida, ficou uma verdadeira jóia.  Foto 33  


Uma das correntes precisou ser reproduzida,     Foto 34 

na forja,   Foto 35  


e depois de pronta, ficou difícil de saber qual das duas  é a reprodução. Foto 36  


 As janelas e portas estavam degradadas, e aí foram necessárias mais parcerias. Foto 37 


A quarta, com a Madeireira Expansão e a quinta, com Serraria do Bonde do Sr. Nicola Gonçalves. Ambas doaram madeiras e o Sr. Nicola as fabricou e também doou os vidros. Foto 38 



Internamente, estava pichada e com a pintura degradada,    Foto 39 

Os maquinistas e foguistas de locomotivas a vapor vão sentir orgulho de ver como ficou.  Foto 40



 E depois de quatro meses, a pintura da 821 ficou pronta e no dia 23 de novembro foi entregue à população     Foto 41 


e quando o plástico preto foi retirado,   Foto 42 


 lá estava ela,  Foto 43 


nova,  Foto 44














de novo.                                                                                                                                                                             Conforme o manual apresentado pelo Geraldo Godoy da ABPF  e Equipe, no início de 2013, e que foi seguido à riscaFoto 45  


Muitos foram prestigiar o trabalho de todos aqueles que participaram da recuperação estrutural e estética da locomotiva. Entre os trabalhos de caldeiraria e pintura, foram cinco meses e muitas horas de dedicação.   Foto 46                                                                                                                                  
LEMBRANÇA DA INFÂNCIA:

 Em junho de 2012, o amigo Frederico Friedmann   me contou que em 1949, as famílias dele e de sua esposa Elisabeth Storm, alemãs, moravam na fazenda Cascata, em Água Vermelha. Elisabeth, menina,  vinha estudar em São Carlos e o meio de transporte era o trem puxado pela locomotiva 821 e que ela se lembrava da cor da locomotiva, verde escuro. Se passaram 65 anos e o Frederico e a Elisabeth também foram conferir a pintura da 821, ela ficou muito feliz e emocionada, retornou à infância.     Foto 47   



REALIZARAM:

FUNDAÇÃO PRÓ-MEMÓRIA
 Da esquerda para a direita:
Kellen Cristina Braghim de Moraes - Diretora de Planejamento e Finanças
Shirley Rose Manzione Grosso - Diretora Administrativa
Luis Carlos Triques - Diretor Presidente  
Antonio Carlos de Lima - Marceneiro
Fotos:48  e  49

ABPF - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE 
  PRESERVAÇÂO FERROVIÁRIA  
Da esquerda para direita:
Alberto Henrique Del Bianco - Pesquisador Ferroviário, 
Geraldo Godoy - Assessor de Relações Públicas
Helia Maria Monzoni Prestes - Fotógrafa
Vanderlei Antonio Zago - Fotógrafo
 Fotos 50, 50-1, 50-2  e 50-3 

ASCFER - ASSOCIAÇÃO SÃOCARLENSE DE FERREOMODELISMO
EQUIPE DE VOLUNTÁRIOS: - Foto 51 

 SERRARIA DO BONDE -  Foto 52 

                                   
                                     ENGEMASA ENGENHARIA DE MATERIAIS LTDA  Foto 53 



Foto 54


Foto 55 


São Carlos tem agora três monumentos ao transporte, 
o Bonde na Praça ARCESP, Balão do Bonde, na Vila Nery,
o Bonde do Parque DAMHA e  a Locomotiva 821.

Se você é de São Carlos - SP, ou está de passagem, não deixe de conferir
 a  locomotiva BALDWIN na Estação Cultura - Estação ferroviária de São Carlos,
Praça Antonio Prado, Centro.

              UM RESULTADO EXEMPLAR DO INVESTIMENTO MUNICIPAL E 
                               DA UNIÃO DE DOAÇÕES E VOLUNTARIADO!

O SONHO:
O grande sonho de todos aqueles  que participaram da restauração estrutural 
 e estética  da locomotiva BALDWIN  e também do  Lugar do Trem,
 é vê-la de volta  nos trilhos. Vamos aguardar...
FOTOS:
01, 02, 06, 08, 09, 11, 12, 13, 20, 21, 23
25, 26, 27, 28, 29, 30, 31, 32, 37, 38, 39
40,  45, 53 , 43, 46, 48, 53, e 54: José Alfeo Röhm
03, 22, 41, 42, 43,  44 e 46: Antonio Carlos Lopes da Silva
04: Acervo Valentim Gueller Neto - José "Alemão" João
10: ABPF: Google Imagem
14, 17, 34, 35,  e 36: Daniel Muniz - Ocimar Carlos Pratavieira
05, e 07,  e 24: Valentim Gueller Neto e Marina Dino dos Anjos
15, 18 ,33, 51 e 52: Ocimar Carlos Pratavieira
16 e 19: Olyntho Aluisio de Freitas Censone
17: Daniel Muniz - Fundação Pró-Memória
47: Frederico Friedmann 
49: Fundação Pró-Memória
50, 50-1, 50-2 e 50-3: Acervo Geraldo Godoy - ABPF
55: Madereira Expansão
PARTICIPARAM:
Maria Nazareth, Daniel e Lika Röhm
CONTRIBUIRAM:
Fernando Cesar Carreiro Crippa - ENGEMASA
Ocimar Carlos Pratavieira 
Sergio Paulo Doricci 
Shirley Rose Manzione Grosso 

Obrigado por sua agradável companhia, nos encontraremos certamente na Estação 60.
Abraços, Alfeo.

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8 comentários :

Anônimo disse...

Alfeo,
Mais um maravilhoso trabalho de pesquisa para resgatar a história de São Carlos e da Ferrovia.
Parabéns.
Antonio Carlos

Anônimo disse...

Parabéns a toda a equipe que tanto se empenhou nessa magna tarefa de resgate da nossa história ferroviária. A você Alfeu, nosso muito obrigado por registrar esse momento de amor por nossas ferrovias.
José Balan Filho

Anônimo disse...

Meu pai foi foguista dessa locomotiva nos saudosos tempos da Companhia Paulista e foi um orgulho vê-la novamente toda restaurada e nos trilhos. Esperamos num futuro próximo, vê-la novamente funcionando.
Parabéns aos idealizadores do projeto de restauro e a todos que contribuiram para o excelente trabalho.

Helio J. D. Trebi

Braz Leme disse...

Caro Alfeo Röhm, meu finado pai Deodato Braz, foi eletricista de locomotivas da Cia.Paulista, e tenho a certeza de que gostaria de ver a recuperação dessa locomotiva!

JL MODELS disse...

Parabéns, um exemplo a ser seguido.

Anônimo disse...

MAGNIFICO TRABALHO!
Já, a Baldwin N° 82O, que está em Londrina, não teve tanta sorte.
Abriram um edital comum e aventureiro em Funilaria & Pintura responderão pela maquiagem. Estão chamando de restauro, mas na chaminé, já puseram uma, de lanchonete, com laternim cônico em cima, como um chapéu de burro, daquelas escolas antigas. Tristeza

Unknown disse...

Fico linda....parabens a todos os envolvidos pelo trabalho...nunca vi tanta perfeição numa restauração....obrigado

Arnaldo Genari de Oliveira disse...

Parabéns a todos esses amigos que possuem um nobre coração, capaz de conter várias locomotivas com muito amor! Reconstruir e operar trechos dessas ferrovias é um lindo sonho! Quem disse que os sonhos não se realizam!! Um grande abraço ferroviário!

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